Para transformar é preciso aceitar que partimos de um lugar inapropriado e queremos chegar a outro melhor. Falar sobre diversidade dentro das empresas ainda é um tema carregado de tabus, de falta de cuidado, de falta de entendimento, empatia e segue a lista. Algumas empresas tem um discurso performático bem afinado mas mantém uma prática desastrosa. Outras empresas ignoram todos os indicadores de desigualdade e se isentam da responsabilidade pela transformação. Somos um país de negros e pardos somando 56,1% da nossa população; a renda média mensal de brancos ainda é 55% maior que a de negros (IBGE). De acordo com a pesquisa realizada com profissionais com deficiência pelo Ministério Público do Trabalho em parceria com Ibope na cidade de São Paulo em 2019, 69% dos entrevistados já vivenciaram ou presenciaram algum tipo de discriminação, bullying, rejeição, assédio, isolamento ou até violência física no ambiente de trabalho. É preciso avançar na experiência da diversidade, genuinamente, e dar passos e pactos concretos da porta para dentro para um processo de longo prazo.
Você já pensou em dar o primeiro passo? Conhecer a realidade das pessoas que trabalham com você é fundamental. Importante realizar um senso ou uma pesquisa sócio cultural, entender as histórias de quem ocupa os cargos, o que gostam de fazer quando não estão no trabalho, com quem e sobre o que conversam, que habilidades possuem, quais desafios vivenciam todos os dias. Geralmente o resultado quantitativo e qualitativo surpreende demais CEOs e fundadores porque traz uma verdade, a de que sabíamos quase nada ou muito pouco das pessoas para as quais pedimos todos os dias que cumpram metas e façam a empresa crescer. Além disso o resultado entrega o que temos dificuldade em aceitar: repetimos erros, reforçamos preconceitos.
Desenvolva a cultura da sua empresa intencionalmente em prol de uma mentalidade mais aberta e mais ativa na direção da diversidade.
Danielle Moro, sócia da Veropequi
